A Graça de Deus nos abençoa com uma nova caminhada pelo ano litúrgico, onde poderemos receber graças sobre graças, aprofundando mais ainda nossa caminhada para a instauração do Reino de Deus, Reino de Justiça, de Amor e de Paz. Como se andando sobre uma espiral, passaremos novamente sobre os mesmos mistérios, mas de modo mais profundo que nas outras vezes e vivenciando a ação do Senhor em nosso Tempo.Ouça e compartilhe
Começamos pelo Advento que tem duas funções, a de recordar a primeira vinda de Jesus, a do Emanuel, Deus Conosco, e a de nos preparar a sua vinda definitiva, que será nos fins dos tempos, a Parusia!
A primeira leitura, extraída de Isaías 63,16 – 17.19; 64, 2 – 7, relata uma oração em que o fiel se queixa a Deus de seus próprios erros como sendo consequência da ausência de Sua graça. Se Deus não se tivesse afastado dele, ele continuaria a ter o temor ao Senhor. E ele prossegue dizendo que com a presença do Senhor, as dificuldades se dissipam, a alegria se faz presente e o ser humano não se torna refém da maldade, Finaliza dizendo que somos barro e Ele, nosso oleiro, todos somos obras de suas mãos. Que bela oração para iniciar o Tempo do Avento, em que declaramos que sem a presença do Senhor somos mortos, não fazemos o bem, não temos alegria, pecamos! Será que nos sentimos assim e querermos começar tudo novamente, deixando o Senhor ser nosso Guia, nossa Luz, nosso Pai? Eis o momento propício para nos levar à santidade, ou seja, à fraternidade, ao reconhecimento que somos filhos do mesmo Pai. O salmo 80 (79) com seu refrão “Faze tua face brilhar, e seremos salvos!” nos apresenta exatamente atitude oposta a Adão e Eva, que após o pecado fugiram da face de Deus (Gen 3, 8-10).
O Evangelho, Mc 13, 33-37, fala em vigiar. Deveremos estar atentos, sempre! O Senhor está aparentemente ausente, mas sabemos que Ele é onipresente, Portanto, sua ausência aparente não nos deve permitir uma atitude de relaxamento, mas nos sugere permanecer sempre em alerta, não tensos, mas em alerta. Sabemos que o Senhor é nosso amigo e quer o nosso bem; não nos aprontará uma surpresa desagradável, mas sua chegada, já anunciada, deve nos levar a constante atitude de atenciosa expectativa, pois nosso salvador, nosso redentor, chegará a qualquer hora e queremos estar despertos para dar as boas-vindas! Como é bom amar e sentir-se amado!
Quando esperamos um ser amado, embelezamos pessoas e casa; as ruas são enfeitadas, tudo respira a satisfação, tudo manifesta alegria! Nossos indígenas enfeitavam o local onde a visita iria desembarcar e enfeitavam o caminho até a oca onde iria permanecer. Cânticos e danças faziam parte da “etiqueta” de recebimento. Como será nosso Advento deste ano? A pandemia não pode ser desculpa para relaxarmos. Seguindo os protocolos sanitários, que não devem ser esquecidos, poderemos demonstrar nossa alegria em receber o Senhor, que já está presente no pobre, no pequeno, no marginalizado, no sofredor, em todo lugar! Mais, querendo agradar ao Senhor, ajamos mais como Maria do que como Marta, estejamos atentos às suas palavras dirigidas ao nosso coração e, não tanto com coisas práticas, preocupados com enfeites, presentes e ceias, a não ser que seja para saciar as necessidades dos indigentes e carentes. É necessário vigiar! O Senhor chegará durante a escuridão, provocada pela falta de luz, de saúde, de liberdade, de confusão mental, no reinado da mentira, da opressão, durante alguma escravidão, etc.
Quais são os sinais da aurora em minha vida? Em minha família, em meus amigos, em meu trabalho, em minha fé?
A segunda leitura, tirada de I Cor 1,3-9 fala da lucidez e da positividade daquela Comunidade exemplar, mas que a partir do versículo 10, Paulo chamará atenção para não serem partidários, mas unidos. Portanto sempre atentos, sempre alerta, mesmo em momentos onde somos gratos a Deus pela Sua ação em nós, em nossa comunidade.
Da Vatican News
Equipe de REDES | Movimento CJC