O silêncio ecoa profundo nesta Sexta-feira Santa, um silêncio carregado de dor e de amor incalculável. Hoje, contemplamos o madeiro, a cruz que se ergue como o símbolo máximo do sacrifício: O corpo de Cristo, outrora forte e pleno de vida, agora pende, marcado pela brutalidade da Paixão, e cada ferida, cada gota de sangue derramado, clama por nossa reflexão.
Com isso, memorados pela inesquecível frase “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?” (Marcos 15, 34), esclarece a nós a profundidade da entrega de Jesus. A solidão do Filho que assume sobre si o peso dos nossos pecados.
Neste dia de luto e contemplação, somos convidados a percorrer a Via Sacra em nossos corações, meditando sobre cada estação da Paixão: da flagelação à subida dolorosa ao Calvário e crucificação… cada sofrimento nos recorda o preço da nossa redenção. Não há palavras que possam expressar plenamente a dimensão deste sacrifício. Por isso, resta-nos o silêncio reverente, a oração contrita, a gratidão profunda por tamanho amor.
Que a Cruz de Cristo não seja apenas um símbolo distante, mas um espelho onde possamos ver refletida a nossa própria humanidade, com suas fragilidades e pecados. Que, ao contemplarmos o seu sofrimento, sejamos movidos a uma sincera conversão, a um desejo profundo de viver em conformidade com o seu amor, renunciando a tudo aquilo que o crucifica em nossos corações e no mundo. Que o silêncio deste dia nos prepare para a explosão de alegria da Ressurreição.